quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Eu ainda serei um escritor de best-seller!


Não sei se posso dizer se a conversa com o grande Mestre Nicácio Thiago Machado foi aquela "maravilha". Acho que consideravelmente ele é um pouco pessimista. Por mais que ele fale uns sete idiomas, tenha 54 versões do livro "Os Lusíadas" (no mundo foram lançadas 62 versões!), sua casa seja toda espelhada... sim, ele é um pessimista.

Depois de minha monótona tarde na biblioteca-sem-movimento-algum (ao menos terminei de ler "A Cidade do Sol"), fui conversar com ele sobre um livro que eu tinha iniciado. O título é "Neve", do escritor turco Orhan Pamuk que ganhou o Nobel de Literatura em 2006. Eu comprei o livro em julho e só agora pude começar, por dois motivos: eu precisava de tempo e também precisava dar extrema dedicação a esta leitura tão importante que é para um futuro acadêmico de Letras). Perguntei para ele como é que se pronunciava o "s" com a cedilha (do "ç"(sim! isso existe)).

A conversa foi enveredando para outros rumos e aí ele começou a me explicar como ser um escritor de sucesso, como colocar o seu livro na capa da Veja e como a Xuxa fez sexo com o Pelé. Comentou que o mundo é cheio de marketing, que todas aquelas histórias sofredoras que envolvem os autores são mero marketing, tudo jogadas editoriais. Isso deixou-me um pouco triste. O mundo que tanto me fascina, um desejo de ganhar o Nobel; e ele, todo detalhista, vem e conta-me tudo isso.

É meio estranho ouvir isso tudo (e escrever também), parece que um degrau do sucesso foi descido, que você foi empurrado lá do alto por uma mão toda esquelética e moribunda.

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